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(Solange Pereira Pinto). Portanto, ao utilizar algum deles cite a fonte. Obrigada!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sem comparações





 
Sem comparações


Econômica em sorrisos e lágrimas, Dilma Rousseff chega à Presidência da República. A primeira mulher presidente do Brasil nunca havia entrado em qualquer disputa eleitoral. Na primeira, venceu.

Ainda que muitos tenham criticado sua imagem, foi com a estampa tão diferente do seu antecessor que demonstrou ser opção melhor que seu o adversário (tantas vezes eleito sem nada finalizar direito).

Dilma não precisa provar que chora, ou não chora. Sem #mimimi, ela age. Disciplinada, exigente, combatente (lembrou-se de sua mãe ou avó?). É mulher guerreira como tantas outras que erguem lares país afora e os mantém na luta da lida diária. Leais ao próprio destino de sobrevivência. Sem choro, não necessariamente sem sentir ou sofrer.

Dilma inaugura nova fase (tomara!) em que valores sexistas, machistas, tendem a enfraquecer. Entra em cena uma mulher e esse fato tem que significar algo positivo e valorizado neste país. Eu, sinceramente, fico muito desesperançosa ao assistir, presenciar, ouvir, ler “brincadeiras” e “piadas” tão preconceituosas (já no século XXI tecnológico e globalizado) que minha sensação é a de que o ser humano não tem mesmo evolução natural possível. Explico.

Vi, durante a campanha, tantos comentários idiotas sobre estética, vestuário, beleza capilar e facial, etc. que achei se tratar de concurso de misses falsificadas-plastificadas, como ultimamente são as da indústria de beleza venezuelana. Tudo bem que os políticos não representam a categoria mais confiável, mas diminuir a discussão política de um país ao penteado de uma candidata ou as estampas de suas roupas, quantidade de lágrimas e de sorrisos, me fazem desqualificar a inteligência dos enfáticos comentaristas-eleitores de plantão.

Deixemos bem claro que existe diversidade e que pluralidade é a palavra da moda nesta época de convenções e tratados internacionais de clima, saúde, trabalho, direitos humanos e tal. Assim, nem toda mulher é uma Barbie que vive no planeta cor-de-rosa. Nem toda mulher é frágil feito sapatinhos de cristal. Nem toda mulher se descabela escada abaixo à meia noite com medo de se transformar. Nem toda mulher espera em berço esplendido alguém para lhe salvar. E, claro, nem toda mulher tem o olhar firme, a voz decidida e a coragem para servir a um país.

Dilma é aquele tipo de pessoa (mulher) que ri quando acha graça. Ela é assertiva, característica tão desprezada neste país de amadores, inseguros e tementes a qualquer profissionalização ou nível maior de exigências quanto à capacidade e habilidades (que vencem, óbvio,  o tal “jeitinho” de tudo se resolver).

A recém-eleita presidenta, segundo as reportagens, é organizadora, leal, obstinada e sabe cobrar compromissos. O Brasil se dividiu, porém escolheu. E ela é mulher. Os brasileiros estão mudando? Estamos avançando para a conquista de novas liberdades, menos uniformes e conservadoras ditadas desde sempre pelos homens nesta nação? Nas urnas não a escolhi (nem ao adversário), mas faço votos de que o governo Dilma seja sem comparações.

Por Solange Pereira Pinto

P.S. E finalizo com um poema para ser ouvido http://www.youtube.com/watch?v=i6vQmLfRLyU&NR=1

Eu, acompanhada

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