Minha mente inquieta e imaginativa
saltita entre os temas como um executivo que, em dias de garoa, corre entre os
carros da Avenida Paulista para se desviar do atraso e bem ali procura as
marquises vagas para apressar o passo.
Diante da mesa de trabalho, começo planejar uma oficina e logo abro a caderneta de bolsa para anotar uma ideia, porém lá está - em caixa alta, semi rabiscada - outra ideia aguardando sua vez de ser descrita na sobra do tempo, que raramente me deixa restos.
Atendo seu pedido, e começo a anotar seus detalhes, quando um poema inesperadamente resolve aparecer e mudar o rumo da escrita. Dos versos confessionais, em cinco linhas, se traveste em história genérica de livro infantil. Mais uma vez cedo.
As palavras vão me contorcendo para lá e pra cá, fazendo de mim um joguete que não se estabiliza ao cair das horas. Flexiono e não reprimo o desfoco que me estica à exaustão. Deixo me levar pelos pensamentos curiosos, impulsivos e visitantes durante o meu processo criativo. Nesse instante tudo é brinquedo, inclusive eu.
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